sábado, 6 de junho de 2020

Estudantes de Música contra a cobrança do lato sensu


A representação discente do departamento de Música escreveu uma carta para docentes da Música que são representantes na Congregação do IA. Estudantes de graduação, pós e egressas/os da Música também contribuíram com a campanha de cartazes! Também há uma foto da APG-IA e uma do CAIA - Centro Acadêmico do Instituto de Artes da Unicamp​, tiradas na Unicamp antes da suspensão das atividades presenciais. #PósPagaNão




Trecho da carta da representação discente da Música:

"A representação discente, após discutir o assunto, se reunir a APG (associação de Pós-graduandos e Pós-graduandas) do Instituto de artes e com a APG central da Unicamp, e se inteirar sobre a situação, faz-se valer dos seguintes apontamentos:



1o – A Unicamp é uma instituição que a longa data preza por seu projeto de gratuidade do ensino e inovação na inclusão social, sempre estudando novas formas de contribuir para o educação superior pública de alta qualidade. A mudança no regimento e abertura para lato sensu pago, permitido agora pelo STF, viola essa visão, elitizando e revogando o direito à igualdade, diversidade e publicidade.

2o – A associação de outras universidades à nova proposta concedida pelo STF não nos obriga a segui-la. É desnecessário entrar numa corrida mercadológica de ensino superior, abandonando o programa pedagógico vigente, infactível de competir com grandes órgãos privados de ensino superior;

3o – A especialização modalidade extensão presente já possui demanda qualitativa sem oferecimento do lato sensu, deixando tangencial a necessidade dessa reformulação em razão de dois cursos;

4o – Com a inclusão do lato sensu pago, já previsto na função dos professores pesquisadores de caráter exclusivo da universidade, poderia haver sobrecarga da gestão e docência, que não receberia ônus extra para desempenhar essas funções, fato indicado pelo lato sensu ser mais restrito com seu quadro de professores que a modalidade extensão, necessitando de uma reformulação na instituição para adaptar-se à nova realidade;

5o – O instituto de Artes, que tem mais vantagem com uma modalidade extensão do que lato sensu, devido à flexibilidade maior que os recursos de extensão permitem, não alcançará grande investimento e lucro caso o mesmo seja aprovado, dentro das perspectivas que nossos departamentos demonstram.

6o – as congregações das outras unidades da área de humanas já se manifestaram contra essa proposta: IEL, IFCH, FÉ e FEF. Acreditamos que o Instituto de Ares nõ deveria ir na contramão de seus colegas de área, principalmente num momento em que as humanidades sofrem tantos ataques.

Assim, a representação discente se declara contra a modulação do artigo 6o e 81 do regimento que aborda sobre a pós lato sensu paga, defendendo a proposta de que nossa instituição, umas das maiores referências no país, sempre inovadora nas propostas de inclusão social e no conceito de universidade, continue pública em sua integridade. Nossa visão do ensino superior público brasileiro, que vem sofrendo sucateamento já há ampla temporada não pode abrir essa brecha para privatizações e contradições da proposta.

Universidade pública antes de qualquer avanço, ganho em conceito e pesquisa deve ser gratuita, feita para a população, sem atender aristocracias e empresas que pouco se preocupam com nossa evolução social. Se quiserem que os cursos de extensão atendam à demanda para que sejam reformulados como lato sensu, que passem áster oferecidos sem cobranças, seletiva e qualitativamente, seguindo os direitos que tanto nosso plano preza."

Confira a íntegra da carta. 



































































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