CARTA ABERTA DA APG-IA E CAIA
Em decorrência do comunicado da direção do Instituto de Artes à comunidade no dia 04/11, da reunião realizada entre APG-IA, CAIA e a direção no dia 05/11 e das assembleias de graduação e de pós-graduação do IA, gostaríamos de nos manifestar não apenas para a direção mas também para a comunidade do instituto e da universidade como um todo em uma carta aberta.
Na reunião, a diretoria reforçou diversas vezes que o que foi pautado com as entidades foi a questão do espaço para as mesmas, não a mudança da biblioteca, que não deveria estar sendo discutida no momento. Com relação ao espaço do IA, a boa notícia é que foi aprovada na COPEI (Comissão de Planejamento Estratégico Institucional da UNICAMP) a execução dos projetos do prédio de acessibilidade, que vai ligar o prédio principal do instituto ao prédio da biblioteca, e de um elevador de carga, uma vez que o elevador do prédio de acessibilidade não comporta o transporte de instrumentos, o que é uma demanda antiga de estudantes e docentes da Música. Porém, o prédio das entidades (CAIA e Visarte) não foi pensado junto com o projeto do prédio de acessibilidade nem está na lista de prioridades, então não se sabe quando a construção seria retomada. Por isso, em reunião no dia 24/10, a direção nos consultou sobre a possibilidade de as entidades aceitarem a construção de um espaço de convivência no local onde seria sua sede. Segundo a direção, esta seria uma reforma possível de ser feita, por ser menos onerosa. Em troca, as entidades - não apenas CAIA e Visarte, mas também APG-IA, FEIA e Atlética - ganhariam sua sede no prédio em que hoje está situada a biblioteca.
No entanto, nós da APG-IA e CAIA acreditamos que não é possível deliberar se aceitamos um espaço no prédio da biblioteca sem antes deliberar se a biblioteca sairá do prédio. Mais do que isso, enquanto entidades representativas, não podemos tomar a decisão apenas entre as gestões, é necessário consultarmos os setores que representamos. Foi com esse intuito que convocamos as assembleias e apresentamos as informações que tínhamos até o momento para que estudantes pudessem compreender a questão e opinar sobre ela.
O motivo para a direção não estar pautando com a comunidade a mudança da biblioteca é achar prematuro discutir a questão sem antes ter o projeto pronto. Inclusive a direção reforçou que não existe um "projeto da direção" para a biblioteca, como foi escrito nas redes sociais. Quanto a isso, gostaríamos de apontar que o texto da APG-IA não fala sobre um projeto da direção do IA, mas sim sobre um projeto de precarização e desmonte das bibliotecas por parte da reitoria. Não é possível olhar para a proposta de mudança da biblioteca do IA sem levar em consideração todo o contexto das demais bibliotecas da universidade, que vêm sofrendo com falta de funcionários e tentativas de aglutinar acervos sem levar em consideração as especificidades particulares de cada uma. Quem melhor pode falar sobre as bibliotecas são as/os funcionárias/os que nelas trabalham, por isso acreditamos em seus relatos.
Vale lembrar que no comunicado enviado por e-mail no dia 04 a direção do Instituto salienta que publicou a portaria no. 008/2019 que institui um grupo de trabalho “para estudo de um projeto arquitetônico de adequação e melhoria dos espaços físicos” do instituto. São membros deste GT: Prof. Dr. Claudio Lima Ferreira (IA), Prof. Dr. Evandro Ziggiatti Monteiro (FEC), Prof. Dr. Paulo Adriano Ronqui (IA), Profa. Dra. Mariana Baruco Machado Andraus (IA), Sr. Wilmar José Lima Passarela (IA) e Sr. Carlos Eduardo de Oliveira (IA). É curioso um GT que se propõe a repensar “os espaços conceitualmente de forma a melhor atender aos três setores” não tenha a participação de representantes discentes e de funcionárias/os da biblioteca, setores mais afetados com essa mudança. Que validade tem um GT que desconsidera a voz de gestoras/es e de usuárias/os da biblioteca?
Além disso, a portaria indica que o GT foi criado a partir de certificação aprovada na Congregação de 29/08/2019 e 26/09/2019. No entanto, não conseguimos consultar como se deu a discussão e o que foi deliberado, pois as atas das congregações não estão disponíveis. Não há publicada nenhuma ata de 2019, o que por si só é um absurdo uma vez que se trata de documentos públicos e causa um descumprimento do Regimento da Congregação do Instituto de Artes, que em seu capítulo V ("Do funcionamento geral da sessão") indica que "A Secretaria do Instituto distribuirá aos membros da Congregação, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, a pauta da sessão, acompanhada da Ata da sessão anterior da Congregação" (Artigo 26º), "O Presidente abrirá a sessão pela discussão e aprovação da ata da sessão anterior" (Artigo 28º) e que "Aprovada a ata, a Congregação iniciará seus trabalhos" (Artigo 29º); no capítulo XII ("Da ata da sessão") está descrito o que constará na ata. O problema com a falta de disponibilização das atas não é recente e é ocasionado pela sobrecarga de trabalho das/os funcionárias/os do Instituto; porém uma direção que se preocupa com a transparência precisa buscar meios para regularizar a disponibilização das atas da Congregação.
Voltando à questão do debate sobre a mudança ou reestruturação interna da biblioteca do IA, entendemos que a direção gostaria de apresentar projetos prontos e levantamento de prós e contras, mas pensamos - e as/os estudantes que representamos concordam conosco, conforme manifestado nas assembleias - que é necessário ter um debate não apenas depois da finalização dos projetos, mas durante a sua elaboração. Nós, enquanto estudantes, gostaríamos de ajudar e opinar e temos certeza de que docentes e funcionárias/os também gostariam de colaborar!
Foi por isso que pedimos para que a reunião com a diretoria, marcada para o dia 07/11 para darmos uma resposta sobre a oferta de espaço no prédio da biblioteca, desse lugar a uma reunião aberta para toda a comunidade do instituto, possibilitando uma conversa sobre a biblioteca. Porém, a direção quer conversar sobre o assunto apenas no ambiente da Congregação. Compreendemos a importância da Congregação como instância máxima de discussão e deliberação do IA, mas acreditamos que deveria haver um debate anterior em um espaço menos formal e burocrático. Em resposta ao nosso pedido de reunião aberta, recebemos uma nova data para reunião das entidades com a direção, dia 14/11, mas consideramos que mais uma reunião apenas entre entidades não seria produtiva. Queremos então manifestar para toda a comunidade o nosso pedido de reunião dos quatro setores do Instituto de Artes, para conversarmos sobre a possibilidade de reforma da biblioteca.
Chamamos também toda a comunidade - tanto do IA quanto das outras unidades - para ocupar a biblioteca: desenvolver atividades, estudar, pesquisar, explorar o acervo. Venham conhecer a biblioteca do IA!
A biblioteca é nossa! E nós queremos conversar sobre ela!
APG-IA e CAIA, 10/11/2019
Na reunião, a diretoria reforçou diversas vezes que o que foi pautado com as entidades foi a questão do espaço para as mesmas, não a mudança da biblioteca, que não deveria estar sendo discutida no momento. Com relação ao espaço do IA, a boa notícia é que foi aprovada na COPEI (Comissão de Planejamento Estratégico Institucional da UNICAMP) a execução dos projetos do prédio de acessibilidade, que vai ligar o prédio principal do instituto ao prédio da biblioteca, e de um elevador de carga, uma vez que o elevador do prédio de acessibilidade não comporta o transporte de instrumentos, o que é uma demanda antiga de estudantes e docentes da Música. Porém, o prédio das entidades (CAIA e Visarte) não foi pensado junto com o projeto do prédio de acessibilidade nem está na lista de prioridades, então não se sabe quando a construção seria retomada. Por isso, em reunião no dia 24/10, a direção nos consultou sobre a possibilidade de as entidades aceitarem a construção de um espaço de convivência no local onde seria sua sede. Segundo a direção, esta seria uma reforma possível de ser feita, por ser menos onerosa. Em troca, as entidades - não apenas CAIA e Visarte, mas também APG-IA, FEIA e Atlética - ganhariam sua sede no prédio em que hoje está situada a biblioteca.
No entanto, nós da APG-IA e CAIA acreditamos que não é possível deliberar se aceitamos um espaço no prédio da biblioteca sem antes deliberar se a biblioteca sairá do prédio. Mais do que isso, enquanto entidades representativas, não podemos tomar a decisão apenas entre as gestões, é necessário consultarmos os setores que representamos. Foi com esse intuito que convocamos as assembleias e apresentamos as informações que tínhamos até o momento para que estudantes pudessem compreender a questão e opinar sobre ela.
O motivo para a direção não estar pautando com a comunidade a mudança da biblioteca é achar prematuro discutir a questão sem antes ter o projeto pronto. Inclusive a direção reforçou que não existe um "projeto da direção" para a biblioteca, como foi escrito nas redes sociais. Quanto a isso, gostaríamos de apontar que o texto da APG-IA não fala sobre um projeto da direção do IA, mas sim sobre um projeto de precarização e desmonte das bibliotecas por parte da reitoria. Não é possível olhar para a proposta de mudança da biblioteca do IA sem levar em consideração todo o contexto das demais bibliotecas da universidade, que vêm sofrendo com falta de funcionários e tentativas de aglutinar acervos sem levar em consideração as especificidades particulares de cada uma. Quem melhor pode falar sobre as bibliotecas são as/os funcionárias/os que nelas trabalham, por isso acreditamos em seus relatos.
Vale lembrar que no comunicado enviado por e-mail no dia 04 a direção do Instituto salienta que publicou a portaria no. 008/2019 que institui um grupo de trabalho “para estudo de um projeto arquitetônico de adequação e melhoria dos espaços físicos” do instituto. São membros deste GT: Prof. Dr. Claudio Lima Ferreira (IA), Prof. Dr. Evandro Ziggiatti Monteiro (FEC), Prof. Dr. Paulo Adriano Ronqui (IA), Profa. Dra. Mariana Baruco Machado Andraus (IA), Sr. Wilmar José Lima Passarela (IA) e Sr. Carlos Eduardo de Oliveira (IA). É curioso um GT que se propõe a repensar “os espaços conceitualmente de forma a melhor atender aos três setores” não tenha a participação de representantes discentes e de funcionárias/os da biblioteca, setores mais afetados com essa mudança. Que validade tem um GT que desconsidera a voz de gestoras/es e de usuárias/os da biblioteca?
Além disso, a portaria indica que o GT foi criado a partir de certificação aprovada na Congregação de 29/08/2019 e 26/09/2019. No entanto, não conseguimos consultar como se deu a discussão e o que foi deliberado, pois as atas das congregações não estão disponíveis. Não há publicada nenhuma ata de 2019, o que por si só é um absurdo uma vez que se trata de documentos públicos e causa um descumprimento do Regimento da Congregação do Instituto de Artes, que em seu capítulo V ("Do funcionamento geral da sessão") indica que "A Secretaria do Instituto distribuirá aos membros da Congregação, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis, a pauta da sessão, acompanhada da Ata da sessão anterior da Congregação" (Artigo 26º), "O Presidente abrirá a sessão pela discussão e aprovação da ata da sessão anterior" (Artigo 28º) e que "Aprovada a ata, a Congregação iniciará seus trabalhos" (Artigo 29º); no capítulo XII ("Da ata da sessão") está descrito o que constará na ata. O problema com a falta de disponibilização das atas não é recente e é ocasionado pela sobrecarga de trabalho das/os funcionárias/os do Instituto; porém uma direção que se preocupa com a transparência precisa buscar meios para regularizar a disponibilização das atas da Congregação.
Voltando à questão do debate sobre a mudança ou reestruturação interna da biblioteca do IA, entendemos que a direção gostaria de apresentar projetos prontos e levantamento de prós e contras, mas pensamos - e as/os estudantes que representamos concordam conosco, conforme manifestado nas assembleias - que é necessário ter um debate não apenas depois da finalização dos projetos, mas durante a sua elaboração. Nós, enquanto estudantes, gostaríamos de ajudar e opinar e temos certeza de que docentes e funcionárias/os também gostariam de colaborar!
Foi por isso que pedimos para que a reunião com a diretoria, marcada para o dia 07/11 para darmos uma resposta sobre a oferta de espaço no prédio da biblioteca, desse lugar a uma reunião aberta para toda a comunidade do instituto, possibilitando uma conversa sobre a biblioteca. Porém, a direção quer conversar sobre o assunto apenas no ambiente da Congregação. Compreendemos a importância da Congregação como instância máxima de discussão e deliberação do IA, mas acreditamos que deveria haver um debate anterior em um espaço menos formal e burocrático. Em resposta ao nosso pedido de reunião aberta, recebemos uma nova data para reunião das entidades com a direção, dia 14/11, mas consideramos que mais uma reunião apenas entre entidades não seria produtiva. Queremos então manifestar para toda a comunidade o nosso pedido de reunião dos quatro setores do Instituto de Artes, para conversarmos sobre a possibilidade de reforma da biblioteca.
Chamamos também toda a comunidade - tanto do IA quanto das outras unidades - para ocupar a biblioteca: desenvolver atividades, estudar, pesquisar, explorar o acervo. Venham conhecer a biblioteca do IA!
A biblioteca é nossa! E nós queremos conversar sobre ela!
APG-IA e CAIA, 10/11/2019
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