terça-feira, 5 de novembro de 2019

Ata da assembleia da pós - 04/11

Ata da assembleia da pós-graduação do Instituto de Artes - 04/11/19

PRESENTES
 
Patricia Kawaguchi - Patty (Música, APG-IA), Luan Ramos (Tecnologia em Alimentos, APG Central), Letícia Moreira de Oliveira (Multimeios, APG-IA), Aline H. Freitas (Artes Visuais, RD), Liciane Mamede (Multimeios, RD), Sofia Fransolin (Artes da cena), Gustavo Pavani (Multimeios, APG-IA), Diego Machado de Assis (funcionário do IQ, CONSU), Tales Botechia (Música), Lucas Hossoe (Multimeios), Leonardo Caron (graduação em música, CAIA), Lucas R. T. Boht (graduação em Arquitetura), Marcelo Rocha (Música).

INFORMES

1) Liciane, RD de multimeios deu o informe da reunião com representantes da área de comunicação da CAPES, que aconteceu na manhã do dia 04. Outras/os estudantes de multimeios presentes complementaram o informe. A nota do programa caiu de 4 para 3 e como essa é uma situação emergencial, foi chamada essa reunião com o corpo discente. No período da tarde haveria uma reunião com o corpo docente. A impressão foi que os representantes da CAPES queriam ver se estudantes estão cientes da gravidade dessa queda da nota e puderam ver que, sim, estão bem informadas/os. Também queriam conversar sobre quais os caminhos a seguir, sendo eles: a importância de manter o lattes atualizado e da coleta de informações. É preciso fazer um acompanhamento para ver para onde vão estudantes egressas/os, pois até depois de 5 anos o programa é beneficiado pelas publicações.

Estudantes presentes apontaram na assembleia que o resultado da nota reflete a dinâmica interna do programa: ausência de grupos de pesquisa e falta de disciplinas em comum para estudantes se conhecerem (pois assim perdem a chance de publicar em conjunto), o programa não tem revista e ocorre falta de publicação de docentes em periódicos. O programa sofre com a precarização: não há contratação de docentes para repor quem se aposentou, então docentes estão sobrecarregados com as disciplinas, principalmente da graduação. Estudantes gostariam de pedir um encontro geral de multimeios, reunindo discentes e docentes.

2) Patty deu o informe do Unicamp Afro, que acontece em novembro, com programação todos os dias. Destacou que algumas atividades envolvendo arte e cultura foram selecionadas para entrar no calendário da APG-IA e divulgou a abertura do Quem tem cor age, organizado pelo Núcleo de Consciência Negra, que aconteceria às 17:30 (com caronas disponíveis). Programação completa.

PAUTAS
 
1) TERCEIRIZADAS/OS

Patty deu o informe da situação das/os funcionárias/os terceirizadas/os, que é meio informe e meio pauta. Disse que há uma grande incerteza de como agir e quais atitudes concretas podem ser tomadas. Contextualizou a situação: 330 terceirizadas/os que trabalham nos restaurantes universitários estão para ser demitidas/os no fim do ano, pelo fim do contrato com a Funcamp. Sidney, um terceirizado e cipeiro (funcionário da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - que atua preventivamente contra as condições de risco no ambiente de trabalho), expôs a situação na assembleia extraordinária do dia 15 de outubro. Como consequência disso, foi demitido por justa causa. O movimento então é no sentido de pedir a reintegração do Sidney e impedir a demissão de 330 terceirizadas/os. É possível fazer isso colocando uma regra no edital para a próxima empresa contratar as mesmas pessoas, conforme explicou o advogado do Sidney. Acrescentou que não sabe exatamente quais ações seriam eficazes para que isso aconteça, pois sente uma desmobilização por parte do movimento estudantil, talvez pelo fim do semestre.

Diego complementou explicando que a notícia da demissão de 330 funcionários veio a partir de uma fala do superintendente da Funcamp na CPI das Universidades Públicas na ALESP. Ressaltou que, por ser cipeiro, Sidney não poderia ser mandado embora, pois há uma garantia empregatícia. Também comentou sobre a capacidade de luta de funcionárias/os e do que aconteceu quando a segurança passou a ser terceirizada: funcionárias/os perderam direito ao CECOM e à creche. Também informou que estava acontecendo naquele momento uma reunião com a reitoria e a Funcamp sobre a questão da demissão do Sidney e das/os 330. Sugeriu que a pressão deveria ser focada na reitoria e não na Funcamp.

Lucas sugeriu consultar o STU para ver o posicionamento e as ações do sindicato, para que a APG-IA possa apoiá-las. Também questionou se seria eficiente, no caso do Sidney, entrar com um processo, ao que Diego respondeu que não é a intenção dele a princípio. Lucas disse que seria importante ganhar a briga pela não-demissão de 330 funcionárias/os, pois isso seria um argumento para a reincorporação do Sidney, já que sua demissão aconteceu em decorrência principalmente da exposição que ele fez na assembleia.

Diego apontou que é um momento importante para discutir também a questão da terceirização na universidade, que é um problema de muito tempo. Patty sugeriu fazer uma campanha midiática e citou o esforço que já vem sendo feito com campanhas de fotos, por exemplo no Esquerda Diário. Lucas sugeriu articular junto à graduação, CAIA e estudantes principalmente de midialogia para a produção de vídeos e infográficos, realizando uma pesquisa sobre a terceirização - o Instituto de Economia pode ter trabalhos sobre isso. Diego lembrou de um pesquisa da FEF sobre as diferenças nas horas de lazer entre funcionárias/os efetivas/os e terceirizadas/os e como há uma diferença nelas. Sugeriu que pode-se pensar em dados sobre o acesso a arte e cultura, por exemplo.

2) BIBLIOTECA

Patty contou como a APG ficou sabendo sobre a possível mudança da biblioteca: a diretoria chamou as entidades (CAIA, APG, atlética, FEIA, Visarte) para conversar sobre a sede das entidades, disse que o prédio das entidades (a construção parada feia na frente do IEL) provavelmente não vai ficar pronto nunca e ofereceu salas no prédio da biblioteca, após dizer que a mesma se mudaria para um espaço que foi oferecido na BC e o prédio seria destinado para o setor administrativo. O prédio das entidades então seria transformado em um espaço de vivência com um palquinho e cadeiras. As entidades não foram consultadas sobre a mudança da biblioteca, apenas sobre a possibilidade de ter salas no prédio da biblioteca e abrir mão do prédio das entidades. Patty também falou que o espaço na BC não é atrativo para estudar, pois tem teto baixo e enormes dutos de ar condicionado (que não funciona) que restringem o espaço. Também disse que o espaço foi oferecido para a biblioteca do CMU (Centro de Memória da Unicamp) a princípio, mas com recusa e luta, incluindo reportagem em jornal, conseguiram permanecer no espaço, embora com horário de funcionamento bastante reduzido. Pontuou que esse é um projeto para enxugar o quadro de funcionárias/os, pois juntando as/os bibliotecárias/os no mesmo espaço, a BC, não é necessário fazer contratação para repor quando as pessoas se aposentarem.

As pessoas questionaram que não há espaço na BC para o acervo da biblioteca do IA e Diego disse que o acervo de obras raras será transferido para o prédio da BORA, o que vai liberar o espaço que a reitoria está oferecendo para as bibliotecas. Ele disse que é um novo modelo de bibliotecas na universidade, pois quando foram construídas elas eram muito valorizadas, ficavam em espaços nobres da Unicamp. Com essa mudança, a ideia é reduzir o espaço das bibliotecas, como foi feito na FCM, onde agora parte do acervo fica armazenado em containers. A ideia é que as pessoas consultarão o acervo e farão um pedido do livro, que será então buscado no container e disponibilizado para a pessoa em até 24 horas. As pessoas apontaram que a falta de contato de usuárias/os com o acervo gera vários problemas, além de que o serviço de container possivelmente seria mais uma terceirização na universidade. Diego ressaltou que é um problema que vem atingindo várias bibliotecas, como a tentativa de juntar bibliotecas de núcleos em um lugar só, mas a do IA é uma das mais afetadas pois corre o risco de ser fisicamente movida.

Sofia comentou que havia uma biblioteca no barracão, com um acervo de livros, mas o funcionário se aposentou e não houve recontratação, por isso boa parte do acervo veio para a biblioteca do IA. Ficaram apenas os livros de dramaturgia e ela é bolsista de um projeto da FAPESP, onde cuida do acervo, fazendo o trabalho que deveria ser de um funcionário, o que prejudica sua pesquisa pela demanda de tempo do projeto. Ela pontua também que o IA já perdeu espaço de biblioteca.

Liciane sugeriu, junto com outras pessoas, solicitar para a direção uma reunião aberta, pois é necessário reivindicar que haja uma etapa consultiva com a comunidade antes de decidir a mudança da biblioteca na congregação. Patty disse que haveria uma reunião entre a direção e as entidades no dia 07, para darem uma resposta sobre a oferta de sala. Disse que achava mais produtivo uma reunião aberta ao invés de reunião com as entidades, mas o dia 07 já está muito próximo. As pessoas sugeriram então pedir a reunião aberta na semana que vem.

Alguém (não lembro quem, desculpa) pontuou que a direção está muito confiante de que vai ter dinheiro para as reformas do prédio administrativo, sendo que sempre falta dinheiro para o IA então seria bastante plausível a biblioteca se mudar e a reestruturação do prédio nunca ser finalizada. Além disso, é uma questão que afeta o instituto como um todo e não houve debate sobre isso. É preciso mobilizar a comunidade do IA sobre a questão.

Liciane e Letícia ponderaram sobre o acesso aos livros durante a mudança da biblioteca. Leo disse que não há um prazo exato para a mudança acontecer, mas que a direção disse que poderia ser concluída até o fim do primeiro semestre do ano que vem. Ou seja, poderia demorar até um semestre inteiro para a biblioteca estar instalada, mas está tudo muito vago. Letícia disse que não tem como ficar sem acesso à biblioteca pois sua pesquisa depende muito dos livros, que ela não tem como comprar pois não tem bolsa. Disse que a biblioteca é fundamental para ela e se preciso ela leva colchonete na biblioteca para dormir lá. Patty disse que já haviam sugerido ocupação da biblioteca e outras pessoas apoiam a ideia em último caso, pois não dá para perder a biblioteca.

Lucas pergunta o que pode ser feito para evitar que a mudança seja aprovada na congregação. Patty diz que ela e Fernando escreveram uma carta para ser protocolada como documento para a congregação, com o posicionamento de estudantes, mas o prazo para fechar a pauta da congregação é dia 07. Lê a carta e pergunta se as pessoas concordam com o conteúdo e/ou têm sugestões de alteração. Todas as pessoas concordam. Leo ressalta que entre mudar pra BC ou perder um andar da biblioteca para o administrativo funcionárias/os preferem perder o andar e continuar no IA. Todas as pessoas presentes concordam que devemos lutar para que a biblioteca continue com todo o espaço que tem.

Gustavo aponta a importância de conversar com docentes também; Patty fala que já estão conversando com algumas professoras que têm voto na congregação e Leo pontua que os professores de multimeios parecem estar contra a mudança. Tentam abrir a lista de representantes na congregação mas o site do IA não estava abrindo no momento.

Conclui-se ressaltando a importância de levar a questão para pessoas que ainda não estejam sabendo.

3) COTAS NA PÓS

Como a assembleia começou com atraso, não houve tempo de abordar essa pauta. Deixarei indicado aqui link para o informe do Fernando E sobre a última CPG, na qual foi apresentada a proposta da APG-IA para a implementação das cotas étnico-raciais nos editais de seleção dos programas de pós do IA, bem como link da proposta em si.

Informe CPG


ENCAMINHAMENTOS

- Consultar posicionamento e ações do STU no caso do Sidney + 330.
- Fazer campanha midiática, com produção de vídeos e infográficos não apenas sobre esses casos, mas sobre a terceirização como um todo. Articular com a graduação.
- Procurar pesquisas que falem sobre a terceirização.
- Solicitar reunião aberta sobre a biblioteca com a direção.
- Informar e mobilizar a comunidade do IA sobre o tema.
- Carta pedindo retirada definitiva de pauta da mudança da biblioteca.
- Conversar com docentes sobre a importância da biblioteca.

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